Um olhar mais atento ao que está a mudar... e ao que ainda passa despercebido

O setor Pet continua a crescer. Mas por baixo das tendências óbvias, há sinais que escapam ao radar.

Fomos procurar os factos com menos buzz mas que dizem muito sobre o que vem aí para quem vive da veterinária e do cuidado animal.

1. Um dos mercados Pet está ao rubro, “um outro mercado pet" está parado.

Hamsters, répteis, aves… o segmento dos “outros pets” em Portugal está a estagnar, com queda na população e quase nenhuma inovação em alimentação.

Enquanto cães e gatos recebem tudo — de alimentação funcional a spas personalizados — estes animais vivem à margem do investimento, da atenção e da oferta.

(Fonte: Euromonitor, 2024)

2. As marcas brancas mandam (surpreendentemente) no mercado pet europeu

Ao contrário do que se pensa, as private label já representam mais de 30% do mercado em vários países europeus, inclusive em snacks premium.

Menos fixação em marcas e mais confiança no retalhista: uma realidade que impacta o posicionamento das clínicas e as recomendações feitas aos tutores.

(Fonte: PetfoodIndustry.com, Dez. 2024)

3. Os donos estão a mudar: o crescimento vem do público masculino jovem.

Em mercados como os EUA, mais de 58% dos donos de cães da geração Z são homens, e este dado começa a ter eco na Europa.

Este novo perfil procura praticidade, tecnologia e até estética diferenciada. E ainda é pouco considerado no marketing ou no aconselhamento em loja ou clínica.

(Fonte: APPA 2025, Zoetis Human–Animal Bond Report)

4. Higiene Pet já não é um nicho... é uma nova necessidade

Diapers, perfumes, champôs dermatológicos. A humanização dos pets gerou um boom silencioso nos produtos de higiene com soluções sofisticadas, descartáveis ou reutilizáveis. Muitas com preocupações ecológicas.

O tutor de hoje espera conforto, limpeza… e estilo.

(Fonte: Global Pet Diapers Report, Euromonitor 2024)

5. A IA está pronta. Mas os veterinários, em geral, ainda hesitam.

Apesar do potencial da inteligência artificial em diagnóstico, mais de 70% dos médicos veterinários europeus mostram receio quanto à sua fiabilidade.

A confiança ainda é o maior desafio tecnológico do setor.

(Fonte: Veterinary AI Tools Guide, 2025)

6. A Irlanda proibiu antiparasitários sem receita. E mais países podem seguir.

Desde junho, todos os antiparasitários na Irlanda são sujeitos a prescrição obrigatória, com registo digital num sistema nacional.

Um exemplo claro de como o controlo do uso de medicamentos vai endurecer e não apenas nos antibióticos.

(Fonte: Irish Department of Agriculture, 2025)

7. O número de veterinários em Portugal… pode estar a cair

Entre 2020 e 2025, há dados contraditórios: alguns indicam crescimento de +1,7%, outros falam numa queda de -6,4%no setor.

Um sinal de alerta para um mercado em expansão, mas com um corpo profissional possivelmente exausto, a sair ou a desmotivar.

(Fonte: IBISWorld, FVE, 2024–2025)

👉 O que fazer com esta informação?

Nem tudo o que importa é visível.

Olhar para estes dados, com espírito crítico e mente aberta, ajuda a antecipar tendências e a encontrar novas oportunidades para inovar, ajustar e cuidar melhor.

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